A dissertação apresenta temática relevante do ponto de vista científico e social, além de ilustrar um desenho metodológico adequado para um curso de mestrado. Porém, vários foram os deslizes identificados ao longo do trabalho e que impedem a sua aprovação da forma como apresentado. Abaixo são ilustrados alguns dos problemas identificados:
O texto apresenta um problema grave de ausência de coesão epistemológica entre as partes e o todo, sobretudo, porque utiliza-se de autores de linhagens críticas no Marco Teórico e Estado do Conhecimento (estudos culturais, críticos e a pedagogia histórico-crítica), os quais não foram utilizados no diálogo com os dados coletados (apareceram autores de outras linhagens teóricas). Questiona-se, qual o sentido de fundamentar o trabalho em determinado referencial e o mesmo não comparecer na análise dos dados? Pondera-se, ainda, que a dimensão da inconsistência téorica também se fez presente na própria fundamentação teórica, a exemplo dos itens 2 (Marco teórico) e 2.1 (Estado da Arte), os quais ficaram permeados de discussões nos referenciais da pedagogia histórico-crítica, essa que não foi aprofundada, porém quando se abordou a Formação de professores (item - 2.3), outra perspectiva radicalmente oposta compareceu, a exemplo do uso de autores/as como Mello, Leite et al., Santomé, dentre outros.
Quando aborda a Formação de Professores não há menção das Diretrizes de Formação de Professores do contexto brasileiro, aspecto que superficializou as discussões empreendidas, acrescido da ausência de diálogo com literaturas mais recentes, em especial as publicadas nos últimos cinco anos.
Há citações no corpo do texto que não estão nas referências, a exemplo de Leite et al. (2000), ou ainda, obras que estão nas referências e que possuem o mesmo ano, sendo que ao citá-las no texto, não houve um cuidado por parte do autor em diferenciá-las, citamos como exemplo Brasil (2013), Brasil (2016). Poderíamos dar outros exemplos, mas esses são suficientes